domingo, 28 de março de 2010

De Vênus para Marte

Do meu ventre, do meu seio,
o valor de ser mulher eu tenho.
Lento, como crescem meus cabelos crespos
e menos breve como cheiro de livro em sebo, amo.
Ser previsível é o defeito que de todos, contento
e tento não arrepender de escolhas assim, amores.
Dores que carrego por não querer família,
não ter malícia, não ser patrícia e alguém com uma mesma cara;
Sem vergonha de assumir que tem tara, que não mascara
que quando cansa, não pára
E dilata cada vez mais um espaço que não tem nome
Nem sobrenome
Mas que soa frio pela ausência
pela fraqueza
pela tristeza de ser tudo que o diabo gosta
pela aposta de não sonhar, não procurar, não desejar ter uma vida comum
Ser mulher comum, de cabelo editado, de passos dados
em ritmo de dança que não existe condutora.
Doutora em frustrações, sou eu
Que faz e desfaz ensaios femininos lúdicos
únicos, com alguém oposto
Próximo a mim
tão meu assim.





Jordana Braz

sábado, 20 de março de 2010

Todo Sempre

Seguindo imagens que não decifro, eu sinto. Não tem como explicar aquilo que sabemos o que é mas não de uma maneira comum, de um jeito que não dê angústia e que não pareça prepotente; defeito comum entre aqueles que possuem o pensar como qualidade. O que será de mim algum dia, só lá eu saberei... enquanto isso, sigo. Acredito que aquele alguém talvez não chegue ou se um dia chegar, estarei tão cansada que capaz que não perceba que a felicidade me sorriu finalmente. Sou alguém velho. Sinto uma idade que não condiz com alguém que nasceu em 1986. Observo minha pessoa eufórica para um novo dia amanhecer e triste pois assim será para um todo sempre, no qual sei que não existe. Mas, quem existe nessa terra? Existir é tão relativo que muitas vezes, só existe aquilo que vejo... E isso é tão medíocre pois o mundo é bem maior que meu umbigo e minha vida apenas é uma micro parte do universo. Existir é mais uma questão de necessidade do que sentido, não sentimento. Quero a plenitude de uma vida plana e a força de uma vida plena, clara, que quando começar a escurecer, verei todas as cores camufladas nela.







Jordana Braz