sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Aviso ao inquilino

Inquilinos sentimentos
Aluguei à vocês meu corpo
Minha mente é a sala de estar
E o que cobro é apenas zelo.

Mas há sempre um aluguel em atraso
E isto é mais um aviso:
Caro inquilino saudade
Você me habita, não me paga e me destrói.

Primeiro me tirou o sono,
Depois fez dos meus olhos, fontes de lágrimas
E hoje você nem sabe
O por que ainda me habita.

Te cobrar ainda me resta.
Para os danos causados não há reparos
Mas impede que o último alicerce se desfaça:
Minha sanidade.

Jordana Braz

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Ladainha do coração remendado

De idiota, só tenho o coração
E nada mais.
De cansado, só tenho o sentimento
E não mais.

De inocente, só a espera
Á espera de um oi dito
Ou de uma saudade escrita
Mania tola a minha de gostar sem freio.

Um gostar que me tortura
Me assusta, me machuca
E mesmo com fome, me consome devagar.

Ladainha, ladainha
E como pesa gostar sozinha!


Jordana braz

domingo, 21 de setembro de 2008

Ao avesso

De quem mais espero um afago:
Nem um lado
Um recado
Um agrado.

E de quem menos quero por perto:
Um abraço fraterno
Um sorriso aberto
E todos os sentimenos trocados, ao avesso.

Jordana Braz

sábado, 13 de setembro de 2008

O trilho

Quando eu de vez, me perder
Pelas ruas, pelo mundo ou pela vida
Será tarde - talvez- para alguém perceber,
Pois o valor de uma pessoa só vem no tarde demais,
Só na ida.

E se estive ao lado, por aqui e por lá, presente
Foi porque cega estava e mesmo assim, sozinha, caminhava
Sem temer a nada pois meu grito, sobre os trilhos, me guiava
Pois cri que haveria alguém a me escutar perfeitamente...

Mas as respostas dadas eram apenas meus gritos, em ecos.

Jordana Braz

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Cor mascavo

Para a melancolía que me toma
Resta apenas os dias em soma
Resultando nessas semanas e meses
Estas mesmas que me enfraquecem por vezes.

Melancolía que gera apenas tristeza
E estas como os amores, só expelem as dores
Que em mim percebo-as em cores
E nos outros não as vejo com a mesma destreza.

A maneira como choro não é feita mais por lágrimas
Mesmo enquanto minha pele cor mascavo torna-se pálida
Meu choro se dá na alma como um adeus na partida
Enquanto tudo o que quero é ter uma alma plácida.


Jordana Braz

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Por mais

Por mais longe que esteja
Por mais passado que seja
Por mais que eu não o veja
Por mais, por menos.

Por mais que ele não demonstre
Por mais que ele se esconde
Por mais que ele não me cheire
Por mais que ele não pense, não me sinta.
Não importa, eu o sinto o tempo inteiro.

Jordana Braz

sábado, 6 de setembro de 2008

Brinde á Augusta

Sexta-feira e seus bêbados corações
Afogados em cerveja, sem motivos aparentes para os outros
Mas na verdade, só os bêbados sabem aonde fica a mordida da serpente...
Ferida que tenta sarar em botecos, bebidas e em divagações.

Seja a dama ou o moço
Signos, seus elementos e seus nativos
Por mesa, sempre haverá no mínimo dois saudosos corações leoninos...
Que de gole em gole assumem que a intensidade nata é o grande mal.

Pode ser num bar da Augusta
Ou em algum bar perdido pela rua
Os bêbados não serão os mesmos
Mas bêbados sempre serão os feridos, mesmo.

Jordana Braz