terça-feira, 30 de novembro de 2010

(Sem assunto)

Qual será a minha sorte, se eu ficar nessa cidade, já que socializar sempre foi sinônimo de tédio.
Descobri que pessoas não possuem identidade, são apenas figuras repetidas e minha nova mania é perguntar ao vento se o rumo que ele segue, será a direção que me levará para algum caminho que me faça de amor novamente.

Não existe mais paixão,
não há mais nada que eu deseje do fundo da minha alma, tornar-se parte de mim.
Não há sentido dizer bom dia e sorrir para quem quer que seja,
está tudo muito chato, tudo muito igual,
talvez porque ainda dentro de mim ecoa ilusão.




Jordana Braz

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Eu sou mais alternativo que você

Vestidos longos, jeitão meio hippie, bigode, cabelo cacheado, frenquentar lugares sem apelo comercial, filhos, listras, chinelos, facul pública, barba, vegetarianismo, veganismo, unhas vermelhas, unhas neutras e eu sou mais alternativo que você! É fato, minha patota é o lado B da sociedade. Que legal, somos filhos de classe média, pais esforçados e trabalhamos porque queremos independência em uma cidade grande. É legal, repito, mas está me saturando. Sei lá, já cansou tudo isso, talvez agora seja bonito o estilo e combine com meu biotipo, talvez eu não sinta que eu seja o lado B. Não digo isso porque acredito ou sinto, mas digo que é pelo o que vejo, é legal ser alternativo para os outros e muitos não são a diferença. Papo cabeça sempre me desgastaram muito, não sei ser cult mesmo que meus filmes favoritos sejam filmes do Kubrick e Martin Scorsese. Escuto bandas moderninhas e velharias, mas na boa, apenas escuto porque gosto, não quero entrar em discussões sobre quem foi o cara mais politizado da música. Fotografo porque amo, não quero ser o novo Sebastião Salgado e nem pretendo fazer super ensaios estilo David Lachapelle ou Annie Leibovitz. Eu apenas quero ser eu, eu sou eu! Mesmo que eu conviva com todo o clichê de filhos de classe média, me sinto um peixe fora d'água. As falas bonitas deles nunca me impressionam nem como a maneira como eles bolam um baseado, o cheiro sempre impreguina no meu cabelo. Cansa, cansa muito saber que não existem pessoas realmente interessantes pelos lugares onde percorro diariamente, cansei de ver genialidade apenas em cortes de cabelos diferentes e looks estranhamente belos. Quero me apaixonar pela individualidade, não pelo coletivo. As coisas precisam fazer sentido para mim. Rebeldes sem causa são todos mas causas com rebeldes é o que o mundo precisa e eu também. São todos artistas, filósofos, sociólogos, fotógrafos, atendente de alguma livraria e assim por aí! Soa tudo tão falso... parecem livres mas não são. Alguns, já na meia idade, parecem tristes pois foram iludidos por ideais que só são válidos enquanto os 25 anos não chega, após isso, a vida é dura. Não existe mais desculpas para sonhos que serão apenas sonhos. A vida precisa de praticidade, sonhar é bom mas que sejam sonhos possíveis e frustrações não devem ser roteiros para a vida. As pessoas nunca olham ao redor para perceber que estamos para ser alguém e que nossa maneira de ser seja algo útil para o meio. Se for para ser legal, seja para você e não para querer ganhar respeito ou para apenas fingir ser ' contra o sistema', você já está incluso nele.




Jordana Braz

sábado, 20 de novembro de 2010

Susi

Eu sou uma boneca Susi: pernas grossas e de uma maneira bem brasileira, sou aquilo que as Barbies gostariam de ser. Não são as pernas grossas já citadas e pouco peito, sei lá, talvez eu consiga ser feminina sem precisar usar tanto rosa. Prefiro sempre o lilás. É fato que as barbies sempre terão mais mídia, a perfeição de seus rostos e aquele sorriso falso ilude qualquer um que segue "o que há de mais atual" ou que acha que dinheiro compra sentimentos. Na minha posição de Susi eu só lamento, é muita futilidade. Não as invejo por possuirem carros, casas, várias amigas e um namorado que antes era Bob e agora é Ken, muito loiro e muito arrumadinho para o meu gosto. Prefiro que minhas amigas também tenham o mesmo nome que eu, que goste de coisas simples e prefiro que o Beto sempre seja Beto, moreno de maneira bem alternativa e bem discreto, não existem muitas imagens do Beto no google. Os olhos de Susi são vivos, tem cílios e uma verdade que pode ser tocada. Olhos de Barbies são pintados na própia borracha, sem brilho. Faz-me rir mulheres que cortam a própia carne pois preferem o aspecto da borracha... aposto que uma boneca Susi, feita de plástico, não sentiria inveja de nenhuma mulher feita de carne, as Susis se aceitam como são e mulheres que se sentem uma Susi também. Temos celulite, algumas estrias, peitos não tão empinados e não muito simétrico e comemos aquilo que temos vontade, mulher Susi não sabe o que é passar vontade. Vida e juventude andam juntas, Vida e experiência também e se você entende que o tempo é o melhor amigo de qualquer garota, posso ter a certeza que entenderão o que sinto. Ser livre para ser o que se é não são todas que conseguem ser.






Jordana Braz