domingo, 28 de março de 2010

De Vênus para Marte

Do meu ventre, do meu seio,
o valor de ser mulher eu tenho.
Lento, como crescem meus cabelos crespos
e menos breve como cheiro de livro em sebo, amo.
Ser previsível é o defeito que de todos, contento
e tento não arrepender de escolhas assim, amores.
Dores que carrego por não querer família,
não ter malícia, não ser patrícia e alguém com uma mesma cara;
Sem vergonha de assumir que tem tara, que não mascara
que quando cansa, não pára
E dilata cada vez mais um espaço que não tem nome
Nem sobrenome
Mas que soa frio pela ausência
pela fraqueza
pela tristeza de ser tudo que o diabo gosta
pela aposta de não sonhar, não procurar, não desejar ter uma vida comum
Ser mulher comum, de cabelo editado, de passos dados
em ritmo de dança que não existe condutora.
Doutora em frustrações, sou eu
Que faz e desfaz ensaios femininos lúdicos
únicos, com alguém oposto
Próximo a mim
tão meu assim.





Jordana Braz

4 comentários:

Bárbara de Almeida disse...

Muito bom... Me identifico bastante com você, mesmo sendo totalmente diferente em certos pontos!

Quem sabe quando eu crescer, escreva assim também.

beijos :)

Priscilla Castro disse...

A força da verdade em não ser o que te impoem , mas sim de ser o que és!

Amei!

G. S disse...

Que texto expressivo, adorei.


Te indiquei para obter o selo do BEAUTIFUL BLOGGER.
Dá uma olhada aí (:
E continue escrevendo :*

http://seewhatiseefeelwhatifeel.blogspot.com/2010/04/selo.html

Ana Clara Viana disse...

Aah! Adorei aki!
Vou seguir!

Visita meu blog tbm:
http://simplesanna.blogspot.com/

espero que goste!

Bjos