Não posso dormir, seja pelo cansaço ou pelo frio, não quero dormir. Existe uma maldade no ar que se dormir, inalo involuntariamente, tornando os sonhos em pesadelos e a noite em dias nublados, vazios. Acordada, me calo para não escapar toda instabilidade de dentro. Meus sentimentos são alfinetes caídos em chão liso e eu, não uso sapatos. Nem sandálias, nem meias. Meus pés são nus em chão liso com alfinetes espalhados, por todo canto. Sentimentos são alfinetes, mas alguns os mantém na caixa e usam apenas quando necessários e outros, calçam sapatos. Não sei o que é ser organizada. Vejo vidas tão planejadas, tão perfeitas, que ao sentir a minha, é só um sentir. Sentir... ô palavra que só tem sentido para mim! Meus calafrios sempre indicam perigo. Eu sinto muito mais que vivo, não vivo paixões, eu sinto paixão. E não vejo mais a culpa só naqueles que julguei filhos de rapariga um dia, a mais filha da puta sou eu, que dei moral para pessoas que não queriam. Um enfiar intensidade garganta à baixo de pessoas sem garganta, lástima. Reaprendo sempre que a diversidade é uma característica desse mundo. Enquantos uns dormem, coleciono olheiras e furos nos pés. Que meu sono chegue quando realmente for necessário.
Jordana Braz
2 comentários:
Não é bom colecionar expectativas...
a gente acaba furando mto mais os pés do que deveria!
ótimo texto.
bjos!
achei seu blog muito interesante.
ando péssima para comentários em posts alheios e me desculpo por isso, mas com certeza voltarei a bisbilhotar seu blog! =]
bjo
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